Apesar da situação que se vive, o setor imobiliário em Portugal tem demonstrado sinais claros de recuperação, apresentando uma maior resistência do que aquilo que eram as piores expectativas apontadas por inúmeras previsões, mantendo-se como uma boa opção de investimento.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a venda de habitações em Portugal cresceu 35% no 3º trimestre de 2020, face ao ano homólogo de 2019, uma evolução que também pode ser simplificada pelo confinamento geral vivido no país em março e abril.
Evolução da procura por Moradias
A COVID-19 modificou a forma como se vive em casa e mudou o valor atribuído à mesma. A grande quantidade de horas passadas em confinamento social levou a várias famílias a compreender a enorme necessidade de ter outro tipo de espaços. Não só pelo tempo decorrido dentro da habitação em teletrabalho num espaço pequeno, como também pela inexistência, em muitos casos, de um espaço exterior. Desta forma, muitas famílias resolveram apostar em espaços maiores, propiciando uma evolução da procura por moradias com jardim e até com uma piscina, com o intuito de local aplicado ao teletrabalho, convívio familiar e à prática desportiva.
Além disso, ainda se confirmou um acréscimo na procura de imóveis na periferia dos centros urbanos.
Conforme o INE, aproximadamente 60,9% das habitações vendidas focaram-se na Área Metropolitana de Lisboa e no Norte, conjugando um peso relativo mais baixo desde o primeiro trimestre de 2015 e , manifestando a nova tendência de procura de casas fora dos centros urbanos. Adicionalmente, entre julho e setembro de 2020, o valor das transações na Área Metropolitana de Lisboa foi cerca de 2,9 mil milhões de euros, representado a 3,2% no respetivo peso relativo regional em relação ao período homólogo.
Esta mudança de comportamento poderá relacionar-se com o facto de muitas empresas terem adotado o teletrabalho, que fez com que viver longe do local de trabalho tivesse deixado de ser uma dificuldade e levasse as famílias a escolherem moradias em zonas mais calmas, longe da euforia das cidades. E também por haver uma maior diversidade de habitações e a preços mais acessíveis nas zonas periféricas.
Acompanhando esta tendência de procura de casas fora dos centros urbanos, a região com o maior evolução de peso relativo (1.5%) foi o Centro, manifestando 21,3% do total das vendas. Outras duas regiões também com aumentos homólogos foram a Região Autônoma da Madeira e o Alentejo, com 864 e 3186 transações respetivamente,
Evolução da procura por terrenos para construção
Outra tendência manifestada foi a procura por terrenos ou lotes de construção. A pouca oferta de moradias nos centros urbanos levou a que as famílias procurassem alternativas noutras zonas, principalmente zonas periféricas. Deste modos, terrenos para construção têm sido uma escolha para muitas pessoas, visto que possibilita a construção de um imóvel que seja adequado à medida do que o cliente procura, no local selecionado pelo mesmo.
Esta tendência comprova o desejo do cliente em construir uma casa característica e apropriada à sua situação, algo que antes não era tão valorizado no momento de descrever o imóvel idealizado.
Maior disponibilidade de imóveis para arrendamento
No caso do mercado de arrendamento, têm sido verificadas mudanças consideráveis no modo como é operado. O enorme impacto no turismo português causado pela pandemia levou à transformação de imóveis de alojamento local em arrendamento de longa duração, causando um crescimento do número de imóveis disponíveis para este fim.
Além disso, a crise suscitada no setor do turismo ainda levou a uma pequena redução nos valores das rendas nos imóveis convertidos em arrendamento de longa duração. No entanto, as previsões apontam para que esta realidade se altere assim que termine a crise provocada pela pandemia.
O ano de 2021
Apesar do aparecimento da COVID-19, o setor imobiliário em Portugal tem vindo a apresentar sinais distintos de recuperação e evolução, mantendo-se como uma boa possibilidade de investimento. Atualmente, os números exibem algo que pode ser considerado uma grande resistência do setor imobiliário a nível nacional, que apesar de ter sido afetado pela estagnação do setor do turismo, conseguiu readaptar-se face aos obstáculos. Deste modo, o volume de vendas aumentou ligeiramente acima dos 31%, após a forte quebra no 2º trimestre, conforme o INE.
O abrandamento dos efeitos provocados pela pandemia consistirá seguramente numa oportunidade global de evolução para aqueles que apresentam maior resistência no decorrer deste período e conseguiram adaptar os seus serviços.
Fonte: Redação