A necessidade de colmatar apertos financeiros está a levar os portugueses a procurarem casas mais pequenas.
Fonte: Freepik
Autor: Redação
Cerca de 50% dos portugueses já está a optar por trocar imóvel atual por casas com áreas mais pequenas e valores mais baixos para evitar risco de incumprimento dos empréstimos, num período em que a
subida das taxas de juro pressiona, cada vez mais, os orçamentos familiares, revela a
imovendo em comunicado ao
SUPERCASA Notícias, após análise de um inquérito a mais de 800 pessoas.
O inquérito da
proptech revelou ainda que
20% dos proprietários que colocaram um imóvel à venda no primeiro trimestre do ano, fizeram-no para colmatar as necessidades que se acumulam devido à inflação e aumento das taxas de juro.
"Muitos proprietários portugueses estão, neste momento, mais focados em garantir que podem pagar o empréstimo à habitação de forma confortável do que comprar a maior ou mais luxuosa propriedade que o orçamento familiar permite", destaca Miguel Mascarenhas, cofundador da Imovendo, lembrando que “a tendência de pessoas que procuram trocar para casas menores não é nova, mas acentuou-se significativamente neste primeiro trimestre de 2023."
“O impacto da subida das taxas de juros tem sido enorme. No meu caso, a minha prestação que iniciou, em 2021, com 400 euros, passou, em 2023, para 700 euros. Nem todas as famílias terão condições de pagar estes incrementos”,
confessou um dos inquiridos - que preferiu manter o anonimato - que está a tentar vender casa fora dos grandes centros como
Porto e
Lisboa.
O número significativo de proprietários a vender os seus imóveis para fazer face a necessidades financeiras reflete o adensar da incerteza económica e das dificuldades nos orçamentos das famílias portuguesas.
"Apesar de haver ainda uma parte significativa de proprietários a colocar a casa à venda devido a mudanças familiares (46%), a taxa de pessoas que avançaram por necessidade monetária é já expressiva e preocupante. É preciso que o governo reflita com seriedade sobre esta mudança, uma vez que o mercado de arrendamento está também bastante inflacionado", sublinha o responsável pela proptech na nota a que o
SUPERCASA Notícias teve acesso.