Os reembolsos antecipados e o abrandamento da procura por novos créditos são os grandes fatores por detrás do decréscimo, de acordo com o Banco de Portugal.
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Autor: Redação
O Banco de Portugal (BdP) divulgou esta quarta-feira dados sobre a carteira de empréstimos habitação, que se encontra em tendência de quebra desde há oito meses consecutivos. O stock de créditos habitação das instituições financeiras portuguesas já desceu mais de mil milhões de euros desde que o ano começou, e as perspetivas são para que se mantenha assim durante os próximos meses, devido ao atual cenário económico.
No final de agosto, os empréstimos habitação correspondiam a um total de 99,2 mil milhões de euros, reduzindo para os 137 milhões face ao mês anterior, e fixando-se no valor mais baixo desde junho de 2022.
O BdP justifica que esta tendência se deve "ao aumento das amortizações antecipadas e ao abrandamento na procura de crédito à habitação", visto que existe uma menor procura por créditos para a compra de casa. Além disso, e de acordo com o banco, quem já possui empréstimos acaba por celebrar os reembolsos de maneira a atenuar o impacto da subida das taxas de juro, que em julho foi a mais elevada em mais de uma década, fixada nos 4,24%.
Do lado dos bancos, continuam a existir previsões para que este cenário se mantenha nos próximos meses, antecipando que as taxas de juro alcancem o seu pico. Já o Banco Central Europeu (BCE), que faz a regularização destas taxas, prevê um período de pausa para os aumentos nos juros diretores, depois das subidas exponenciais vividas nos últimos meses.
Quanto aos créditos de consumo, a estabilização ficou nos 20,9 mil milhões de euros, no mês de agosto, enquanto que os empréstimos às empresas caíram 500 milhões no mesmo mês, para os 73,2 mil milhões de euros.