Especialistas prevêm que atinja 50% do financiamento total do setor até 2025, contra os atuais 10%.
O financiamento alternativo cresceu fortemente no setor imobiliário em Espanha nos últimos anos e espera-se que cresça ainda mais até 2025, atingindo uma quota de mercado de 50%, colocando-o no mesmo patamar que outros países da União Europeia, onde os bancos e fundos coexistem de forma mais equilibrada, conforme as previsões da KPMG.
"Toda a estrutura de financiamento do setor imobiliário vai mudar", diz Ramón Gayol, sócio responsável pelo Financiamento Empresarial para o Setor Imobiliário na KPMG em Espanha, que assegura que "atualmente 90% da posição da dívida está apenas nas mãos dos bancos tradicionais".
Ramón indica ainda que, até agora, os bancos não eram muito suscetíveis a aprovar financiamentos alternativos “mas vemos cada vez mais flexibilidade a este respeito". Além disso, o setor está a transformar o seu modelo para que "esta dívida alternativa entre em operações antes dos bancos, e assim que se encontrem, se consigam adaptar. Em resposta a esta transformação que o setor irá sofrer, a KPMG em Espanha contratou David Campos e Cunha como diretor de Finanças Empresariais para o Setor Imobiliário com o objetivo de "ajudar todos os promotores nesta transformação", explica Gayol.
Campos e Cunha, antigo diretor da Starz Real Estate, um fundo de dívida imobiliária com sede em Londres que investe em toda a Europa, trabalhou ainda como Diretor de Financiamento e Soluções no Deutsche Bank e Barclays Capital. Dentro das suas novas funções na KPMG, será responsável por liderar o ramo da dívida da Corporate Finance Real Estate, prestando aconselhamento sobre financiamento específico de projetos, bem como procurar a combinação certa de capital próprio e dívida, ajudando as empresas a passar de um financiamento bilateral para uma estrutura de dívida mais complexa.
"Tradicionalmente, o setor imobiliário em Espanha tem dependido fortemente do setor bancário para o financiamento. No entanto, a forte consolidação deste setor, a crescente normalização das ferramentas de financiamento aos empréstimos e as fortes restrições regulamentares das instituições financeiras provocam uma concentração noutros setores e noutros produtos mais rentáveis", diz Campos e Cunha. "Assim, abre-se um espaço não coberto pelas instituições financeiras tradicionais, onde os fundos de investimento se tornam atores relevantes no mercado de financiamento alternativo e de co-investimento para promotores, respondendo assim a uma procura não satisfeita. Neste sentido, vemos um grande futuro na penetração de financiamentos alternativos em Espanha com capacidade para triplicar os volumes a médio prazo, atingindo níveis semelhantes aos de outros países europeus como a Alemanha ou o Reino Unido", continua Campos e Cunha.