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Falta de mão de obra provoca aumento dos custos na construção

23 ABRIL 2024
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Imóveis Casas Modernas Construção Nova Custos de Construção Investimento Imobiliário Mão-de-obra na Construção Negócios Imobiliários Projetos Imobiliários Decoração Despesas Proprietários
A procura por remodelações e requalificações de casa aumentou 11% em 2024, segundo a plataforma de contratação de serviços Fixando.
Falta de mão de obra provoca aumento dos custos na construção
Fonte: Freepik
Autor: Redação

A falta de mão de obra qualificada está a fazer subir os preços praticados pelo setor da construção, que não está a conseguir dar resposta ao aumento da procura por remodelações e obras de requalificação nas casas dos portugueses, revela uma análise da plataforma de contratação de serviços Fixando enviada ao SUPERCASA Notícias, que inquiriu dezenas de empresas do setor.

A indústria da construção em Portugal reconhece que a dificuldade em contratar pedreiros, carpinteiros, canalizadores ou eletricistas, cria entraves às empresas do setor, que se traduzem numa subida dos custos da sua operação que, por sua vez, se traduzem em aumentos nos preços praticados junto dos clientes.

“A tendência, enquanto não existir mais mão de obra qualificada e diminuição dos preços das matérias-primas, será do aumento paulatino dos preços de construção e remodelação”, avança o arquiteto e perito em projetos de remodelações Ricardo Dias, de Torres Vedras.

De acordo com a análise da Fixando, esta escassez de profissionais da construção está a limitar a capacidade das empresas de responder a um aumento da procura, que, para além dos custos mais elevados, tem resultado também em atrasos nas obras.

A Fixando avança que, desde o início do ano, os pedidos recebidos para obras em habitações subiram 11%, comparativamente com o período homólogo, e, em 2023, a procura por estes serviços já tinha crescido 29% face ao ano anterior.

A justificar este aumento na procura por remodelações e obras de requalificação nas casas dos portugueses, estão a preocupação crescente das famílias com a eficiência energética, a necessidade de adaptar os espaços residenciais ao teletrabalho e ainda o interesse em recuperação das casas para posterior venda, tratando-se assim de investimentos estratégicos no mercado imobiliário.

“O problema da pobreza energética está muito presente nas famílias portuguesas que vivem em imóveis mais antigos. Casas frias e húmidas, sem vidros duplos nas janelas, com maus isolamentos, são problemas muito comuns e que levam a uma procura crescente por obras de requalificação”, explica Alice Nunes, diretora de novos negócios da Fixando, na nota a que o SUPERCASA Notícias teve acesso.

A mesma responsável acrescenta que os atuais preços elevados dos imóveis têm também motivado muitos proprietários a remodelar casas para venda, com o objetivo de entrarem no mercado imobiliário, onde o retorno financeiro é garantido.

Por outro lado, a tecnologia também está a influenciar o crescimento do setor, com a adoção de soluções automatizadas e sistemas inteligentes de gestão habitacional. No entanto, a integração dessas tecnologias também apresenta desafios, especialmente em termos de custo.

“A nova tendência para a domótica e a implementação de sistemas inteligentes, como estores elétricos ou climatização automatizada, são requisitos incontornáveis para empresas de construção. É um panorama que nos exige uma adaptação às novas tecnologias e uma atualização técnica contínua para responder às expectativas de um mercado em constante evolução. Tudo isto, envolve mais custos para as empresas”, avança um responsável da construtora Atitude Benévola, do Porto. 

Diante destes desafios, é praticamente unânime dentro do setor que o investimento em formação técnica e desenvolvimento profissional na área da construção é uma necessidade evidente e urgente.

“Parcerias entre o setor público e privado podem ser fundamentais para desenvolver iniciativas de formação que atendam às necessidades das empresas e que proporcionem aos trabalhadores acesso a formação de qualidade e oportunidades de especialização mediante as lacunas no mercado da construção”, afirma Alice Nunes.

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