Estudantes e cidadãos estrangeiros são quem mais tem sido alvo desta prática.
Fonte: Freepik
Autor: Redação
O alerta para burlas com arrendamentos foi levantado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no seguimento de um elevado registo deste tipo de crime, que tem afetando sobretudo estudantes, cidadãos estrangeiros e arrendamentos de casas para férias. A sua expansão ganhou relevância "nas últimas semanas", de acordo com a tutela, pelo que é deixado o alerta a quem procura imóveis nas redes sociais e em operadores legítimos de comércio eletrónico.
Publicados sobretudo nas redes sociais, estes "anúncios fraudulentos" apresentam imóveis com disponibilidade para arrendar, a um valor mais baixo do que imóveis em categoria semelhante, e com fotografias bastante apelativas que levam ao engano os interessados. A burla decorre da seguinte forma: os interessados respondem ao anúncio e são contactados pelos responsáveis, de forma geral, através do Whatsapp, e sempre por mensagens escritas.
A PGR explica: "O agente criminoso (suposto senhorio) manifesta sempre que o imóvel está disponível de imediato, mas nunca se mostra disponível para que o mesmo seja visitado - alega sempre estar no estrangeiro e, muitas vezes, ser cidadão estrangeiro, não lhe sendo possível vir a Portugal. É frequente a narrativa fraudulenta de o senhorio ter deixado Portugal por motivos relacionados com o seu trabalho". Isto acontece, sobretudo, para proporcionarem uma reserva antecipada ao imóvel, exigindo às vítimas um pagamento.
Tudo isto pretende criar a "expectativa, na vítima, de que encontrou uma casa para tomar de arrendamento e, por essa razão, proceder ao pagamento antecipado de quantias que lhe são pedidas.", visto que após o pagamento da suposta reserva de visita ao imóvel, torna-se praticamente impossível identificar o titular, tratando-se de um ato criminoso de burla.
A PGR conclui e avisa: "Este fenómeno criminoso é desenvolvido por grupos profissionais e organizados, que têm o propósito exclusivo de burlar".
Em muitos casos, são até emitidas faturas e mensagens falsas, como se fossem de plataformas de referência, e a utilização de números de telefone pré-pagos, perfis falsos nas redes sociais e endereços de email forjados são algumas das técnicas utilizadas para atrair vítimas. Assim, a PGR pede que "se avaliem cautelosamente os anúncios de imóveis online, bem como os eventuais perfis dos seus autores, sobretudo quando todos os contactos são efetuados por meios digitais".